domingo, 21 de agosto de 2011

MUNDIAL SUB20

    

 Só agora depois de finalizar o Campeonato do Mundo Sub20 na Colômbia decidi escrever sobre a equipa portuguesa, que chegou à final e perdeu 3-2 frente ao Brasil no prolongamento.
      É muito bom termos de volta os jovens portugueses às fases finais dos campeonatos, algo que já não acontecia a algum tempo talvez desde que Scolari chegou a Portugal e apostou só na selecção A e esqueceu de preparar as futuras gerações. Os meus parabéns a quem conseguiu preparar e organizar estes novos jogadores para conseguirem chegar até aqui lutando contra a indiferença da maioria dos agentes desportivos em Portugal e até da televisão que só depois da fase de grupos começou a dar os jogos em directo.
     Esta equipa portuguesa de sub20 deve ser tratada da mesma forma como foi a de 1991, só faltou mesmo a taça, porque jogar na Colômbia é muito diferente de jogar em Portugal, e na minha opinião fomos superiores ao Brasil em muitos momentos do jogo e estivemos mais perto de vencer do que em 1991.
    Portugal apresentou-se na Colômbia com grande realismo, os pés bem assentes no chão, sem vaidade e com o trabalho de casa bem feito, pena só o local do campeonato que foi deixando marcas nos jogadores a nível físico. Em 2004 todos criticavam a forma de jogar da Grécia, com uma defesa forte e na procura de defender os golos marcados, no entanto foram campeões europeus porque foram unidos e competentes, quer se goste ou não. Esta equipa sem grandes talentos individuais, mas com muita força, determinação, união e com objectivos bem definidos só não ficou com a taça por pura falta de sorte e frescura física, e tal como a Grécia em 2004 mostrou que o colectivo faz milagres, quem fala na Grécia pode muito bem referir as selecções da Itália que sempre ganhou com colectivos e defesas fortíssimos. Portugal teve uma defesa forte, um meio campo também muito forte e um lutador na frente, faltou só em alguns momentos um jogador que pude-se fazer um golo num livre ou num remate de fora da área.
     Quando se assume uma forma de jogar, e os jogadores sabem o que se pretende os resultados acabam por surgir, e mesmo depois de um péssimo jogo contra a Guatemala conseguiram ultrapassar Argentina e França que eram favoritas a ganhar a final.
    Esta final contra o Brasil, Portugal não teve muita posse de bola o que é normal num jogo frente aos brasileiros mas teve na minha opinião as melhores oportunidades para marcar e Caetano merecia o golo naquela fuga fantástica aos duros centrais brasileiros no prolongamento. Pena também Mika não estar numa noite brilhante e acabou por ter uma falha no terceiro golo, um erro que não merecia, e que vai conseguir ultrapassar no futuro.
    O momento do jogo foi mesmo a saída por lesão de Cédric, que acabou por alterar o posicionamento da equipa em campo e permitir alguns desiquilíbrios fatais, e originou o 2-2.
    Para mim foi melhor esta final do que a que ganhamos em 1991 nos penalties, num jogo em que fomos sempre inferiores ao Brasil e só não perdemos por pura sorte e porque jogávamos num estádio da Luz completamente lotado de portugueses, e aí tinhamos jogadores como Figo, Rui Costa, Jorge Costa, Peixe, ...., e não marcamos nenhum golo nos 120min. Agora marcámos 2 golos, jogámos em condições fisicamente desfavoráveis e conseguimos lutar de igual contra um Brasil que teve sorte em todos os golos.
     Parabéns e espero que as oportunidades sejam já na Liga Principal.

Sem comentários:

Enviar um comentário