Quando se perdem as referências numa equipa, e se decide fazer uma equipa totalmente nova e com um treinador novo, sabe-se à partida que os resultados podem não aparecer logo e deve-se criar um clima de tranquilidade em face de possíveis resultados negativos. Depois de uma pré-época a correr dentro do esperado, com o anúncio dos reforços bastante cedo e com a formação do plantel a ser rápidamente elaborada, pensava-se que o tempo de trabalho inicial ia fazer uma equipa forte e equilibrada.
Eu disse sempre que a defesa era muito fraca, e os reforços para a defesa não foram os ideais para quem quer ganhar, e o mais importante era ganhar o primeiro jogo do campeonato, por ser o primeiro e por ser em Alvalade, para dar estabilidade, confiança e evitar as discussões e palpites de comentadores na imprensa. No entanto um empate com o Olhanense com alguma polémica à mistura, colocou a equipa intranquila para o segundo jogo, que foi em Aveiro num clima de acesa discussão devido ao árbitro recusar dirigir o encontro. Domingos não conseguiu preparar o jogo em silêncio e a equipa entrou mal e também com alguma falta de sorte acabou em 0-0.
Mas é nesta situações que as grandes equipas reagem positivamente e não se amedrontam face aos imprevistos, aqui se nota a falta de alguém que consiga ser uma referência dentro do campo, uma voz de união e comando para os novos jogadores que chegaram.
Outro ponto que se percebe neste Sporting são as dúvidas e a confusão táctica de Domingos, ou não conhece ainda bem os jogadores ou não organizou da melhor forma a equipa para os jogos a sério. E este pânico que Domingos está a sentir ao perceber que o Campeonato iniciou e ele ainda não sabe qual a melhor equipa para colocar, foi passando para os jogadores que também andam meios perdidos dentro do campo e viu-se no último jogo como não conseguiram ser uma equipa para ganhar ao Maritimo e perderam por 2-3 no último minuto.
Este Sporting que elogiei por ter conseguido organizar o plantel a tempo e horas, afinal não serviu de nada pois face a um empate no primeiro jogo toda a estrutura ficou a tremer até cair na última derrota.
Elias |
Insua |
Não se percebe como só nos últimos dias decidiu vender dois avançados e comprar mais alguns reforços, a instabilidade e falta de confiança levam a estas decisões em cima da hora. Acho que dificilmente o Sporting vai a tempo de lutar pelo título, ainda estamos no começo mas a equipa não está formada e cheia de pressão para vencer.
Outra coisa que não entendo são os assobios e a impaciência com jogadores da casa como Djaló, que vai para França e que podia e devia ser um dos melhores do Sporting. Já com Nani se passou o mesmo, assobios e discussão, e agora brilha no Manchester United.
O Sporting devia ser um exemplo de formação e ter na equipa uma base dessa formação, no entanto a chegada de 16 jogadores estrangeiros este ano é bem capaz de estragar essa linha que deu bons jogadores e os resultados não devem ser muito diferentes.
Como adepto de futebol gosto de ver aparecer novos talentos saídos da formação e um ou outro reforço estrangeiro de valor para dar vida ao nosso campeonato. Mas quando chega um autocarro com 16 novos estrangeiros, e os portugueses são dispensados como foi Salomão e outros nem chegam a entrar na equações do plantel, fico a pensar que quem decide não gosta de futebol mas apenas dos negócios do futebol e de ir ao Shopping comprar novos jogadores, sem saber se os vai utilizar. É como ter em casa 10 pares de sapatilhas e 0 botas para a chuva, entrar numa sapataria para comprar as botas e sair de lá com mais umas novas sapatilhas para mais um dia de Inverno rigoroso.
Quem não aposta na formação, com as condições e qualidade que o Sporting tem, não gosta de futebol e só tenho pena que Domingos não tenha tido uma atitude mais para os de dentro e menos para o que vem de fora, principalmente quando diz que 5 dos novos reforços são ainda muito novos e são apenas um investimento na formação a longo prazo, não faz sentido porque formação já faz o Sporting na Academia.
A minha previsão vai ser um Sporting de altos e baixos até perceber que este não é o caminho a seguir.
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